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segunda-feira, dezembro 23, 2002
 
Enfim, férias.


 
ASSALTAR PAPAI NOEL

(Moleque de Rua/ Duda)

Quem só quer brincar, mas não tem um brinquedo
Quem gosta de doce, mas só provou o azedo
Nem sabe rezar pra espantar o medo
Nunca teve um lar e perambula desde cedo

Eu também não sei qual é o sabor do mel
E o meu paladar já foi pro beleléu
É noite de Natal e eu fico olhando o céu
Esperando a hora de assaltar Papai Noel

Papai Noel
Papai Noel
Papai Noel
Segura galera que ele vai descer do céu

Quem não faz um gol porque não joga bola
Bem de manhãzinha já vai pedir esmola
Tem água na boca e prefere coca-cola
Nunca cheirou coca, mas vive cheirando cola

Eu também não sei qual é o sabor do mel
E o meu paladar já foi pro beleléu
É noite de natal e eu fico olhando o céu
Esperando a hora de assaltar Papai Noel




 
Formidável este site, recomendado pelo Eduardo Stuart. Os cartões postais com os "famous bosses of the 20th century" são impagáveis.



 
1977

(Strummer/Jones)

In 1977 i hope i go to heaven
Cos i been too long on the dole
And i can't work at all

Danger stranger
You better paint your face
No elvis, Beatles, or the Rolling Stones
In 1977

In 1977
Knives in west 11
Lent so lucky to be rich
Sten guns in knightsbridge

Danger stranger
You better paint your face
No elvis, beatles or the rolling stones
In 1977

In 1977
You're on the never never
You think it can't go on forever
But the papers say it's better
I don't care 'cos i'm not all there
No elvis, beatles or the rolling stones

In 1977
Sod the jubilee
In 1978
In 1979
Stayed in bed
In 1980
In 1981
The toilet don't work
In 1982
In 1983
Here come the police
In 1984



 
One of the best songs ever.

Spanish bombs

(Strummer/Jones)

Spanish songs in Andalucia
The shooting sites in the days of '39
Oh, please, leave the vendanna open
Fredrico Lorca is dead and gone
Bullet holes in the cemetery walls
The black cars of the Guardia Civil
Spanish bombs on the Costa Rica
I'm flying in a DC 10 tonight

CHORUS
Spanish bombs, yo tequierro y finito
Yote querda, oh mi corazon
Spanish bombs, yo te quierro y finito
Yo te querda, oh mi corazon

Spanish weeks in my disco casino
The freedom fighters died upon the hill
They sang the red flag
They wore the black one
But after they died it was Mockingbird Hill
Back home the buses went up in flashes
The Irish tomb was drenched in blood
Spanish bombs shatter the hotels
My senorita's rose was nipped in the bud

CHORUS

The hillsides ring with "Free the people"
Or can I hear the echo from the days of '39?
With trenches full of poets
The ragged army, fixin' bayonets to fight the other line
Spanish bombs rock the province
I'm hearing music from another time
Spanish bombs on the Costa Brava
I'm flying in on a DC 10 tonight
Spanish songs in Andalucia, Mandolina, oh mi corazon
Spanish songs in Granada, oh mi corazon


 
Cheers, Joe.

Janie Jones

(Strummer/Jones)

He's in love with Rock 'N' Roll, whoa ...
He's in love with getting stoned, whoa ...
He's in love with Janie Jones, whoa ...
He don't like his boring job, no ...

He's in love with Rock 'N' Roll, whoa ...
He's in love with getting stoned, whoa ...
He's in love with Janie Jones, whoa ...
He don't like his boring job, no ...

And he knows what he's got to do, he knows
He knows he's gonna have fun with you
You lucky lady !
And he knows when the evening comes
When his job is done he'll be over in his car for you

He's in love with Rock 'N' Roll, whoa ...
He's in love with getting stoned, whoa ...
He's in love with Janie Jones, whoa ...
He don't like his boring job, no ...

And in the in-tray lots of work
But the boss at the firm always thinks he shirks
But he's just like everyone, he's got a Ford Cortina
That just won't run without fuel
Fill her up, Jacko !

He's in love with Rock 'N' Roll, whoa ...
He's in love with getting stoned, whoa ...
He's in love with Janie Jones, whoa ...
He don't like his boring job, no ...

And the invoice, it don't quite fit
There's no payola in his alphabetical file
This time he's gonna really tell the boss ...
Gonna really let him know exactly how he feels
It's pretty bad !

He's in love with Rock 'N' Roll, whoa ...
He's in love with getting stoned, whoa ...
He's in love with Janie Jones, whoa ...
He don't like his boring job, no ... no ... no !

Let them know ... (2x)



sexta-feira, dezembro 20, 2002

 
(excert)

I’m a modern guy
I don’t care much for the go-go
or the retro
image I see so often
telling me to keep trying
maybe you’ll get here someday
keep up the work kid okay
I close the book on them right there
I see myself change as the days change over
I hear the songs and the words don’t change
I write them out of the book right there
We’ve been had
you say it’s over
sometimes I’m just happy I’m older
We’ve been had
I know it’s over
somehow it got easy to laugh out loud


 
Melhores músicas de 2002

1. The Walkmen - We´ve been had
2. Nirvana - You know you´re right
3. Interpol - NYC
4 - Flaming Lips - Do you realize
5 - Foo Fighters - All my life





 
Melhores discos de 2002

1. The Walkmen - Everyone Who Pretended to Like Me is Gone
2. Interpol – Turn on the bright lights
3. Flaming Lips – Yoshimi Battles The Pink Robots
4. Primal Scream – Evil Heat
5. Idlewild - The Remote Part



 
***

-Orra, nem te conto. Três anos de fúria e loucura: droga, sexo, bebida.
-...
-Perdi mulher, casa, emprego, amigo. Sei lá como não morri.
-...
-mas não me arrependo. Bem me diverti quando estava doidão.

***
A mulher:
-esse aí estuda pra Doutor em Filosofia e, nas horas vagas com a família, se dedica a ser um refinado monstro.

***
Discussão com ela? Desista, cara. Você não ganha uma só. Mesmo quando estão de costas – os dois em silêncio.

***

No balcão da lanchonete, o senhor de terno e gravata, duramente:
-Uma cerveja preta e dois sonhos.

***

-Não vou a lugar nenhum e, ai de mi, todo dia acabo chegando lá.

***

O solitário, abrindo a porta da casa deserta:
-Ei minha gente, cheguei!
Juntos alegremente respondem o irmão caruncho e a irmã baratinha.

***

Um bom conto é pico certeiro na veia.

***

Dalton Trevisan, "Pico na Veia". Editora Record, 2002.



quinta-feira, dezembro 19, 2002

 
AT EASE:

The Webcast with two brand new tracks! [19-12-02]

Radiohead did it again: The band were webcasting last night from their studio in Oxford. 'As usual' the band did some DJing. Thom and Colin played tracks from artists like DJ Shadow, Mum, Bob Marley, Mahalia Jackson, Felix da housecat, Sparklehorse & Squarepusher.
The band also played Four songs: 'Punch Up At A Wedding', 'Good Morning Mr Magpie', 'I Froze Up' and a cover of 'Walking In A Winter Wonderland'. The three last tracks weren't played before. At the end, Colin, Thom, Phil, Ed and Nigel gathered to thank and wish everyone happy holidays. They mentioned that Jonny could not be present as his wife was set to give birth soon. The band even turned up in George W. Bush, Saddam Hussein and Tony Blair masks. [thanks michelle, jim & pearly*]




quarta-feira, dezembro 18, 2002
 
Enquanto isso no Reino Unido... The Walkmen abre shows para
Idlewild.


terça-feira, dezembro 17, 2002




 
E como é que ele vai viver com R$ 8.500,00? Como?


 
Frei Betto ataca escolha de Gil para a Cultura

Pelo menos alguém resolveu se pronunciar... mas talvez tenha sido tarde demais.



segunda-feira, dezembro 16, 2002
 
Aliás hoje é dia de ver "Turma do Gueto" (Record, 22h30).


 
Record assume 'Turma do Gueto'

A partir de março, a Record assume a produção da sitcom de Netinho, A Turma do Gueto, que é feita atualmente pela produtora Casablanca. Visando a diminuir os custos e aumentar a qualidade, a emissora resolveu bancar a atração dentro de casa. A direção será de Del Rangel. A idéia é que a série passe a ser gravada em externas na periferia e favelas de São Paulo. Tudo para aproveitar o "clima" do local. O elenco fixo será dispensado e o único ator fixo da série será Netinho. O programa também deve mudar de nome, já que o título Turma do Gueto é da Casablanca. (Keila Jimenez)

Espero que essa mudança não afete a qualidade do programa, um dos mais fascinantes da TV brasileira atualmente. De tão ruim é uma maravilha. Em que outra sitcom eu poderia ouvir diálogos como esse:

-O que você sente pelo Ricardo?
-Tesão. Tesão incubado.

Em um episódio recente, um professor sacou uma arma e deu tiros no teto para silenciar uma turma de alunos. Em outro Pelé fez uma participação especial como pai do personagem de Netinho quando criança. E que atuação magistral!

Recentemente Eugênio Bucci escreveu um texto ótimo no qual cita a "Turma do Gueto":

"Turma do Gueto" lembra uma orquestra cujos músicos se vestem muito bem e cujos instrumentos jamais se afinam. Uma desolação. Uma desolação não pelo que quer mostrar do mundo, mas pelo que não consegue esconder de si mesma.






 
Ar condicionado: vilão escondido nos escritórios

"Sem manutenção periódica dos aparelhos e dutos, o ar dentro do edifício pode conter mais fungos e ácaros que o de fora, com risco até dez vezes maior de doenças respiratórias. E mesmo com manutenção, o ar condicionado causa uma série de desconfortos que reduzem o rendimento no trabalho".

Desconforto é pouco.




 
Perfect.

The Word of the Day for December 16 is:

lethargic \luh-THAHR-jik or leh-THAHR-jik\ (adjective)
*1 : of, relating to, or characterized by drowsiness or
sluggishness
2 : indifferent, apathetic

Example sentence:
Louise called the vet when her cat became lethargic and stopped eating.

Did you know?
In Greek mythology, Lethe was the name of a river in the
underworld that was also called "the River of Unmindfulness"
or "the River of Forgetfulness." Legend held that when someone
died, he or she was given a drink of water from the river Lethe
to forget all about his or her past life. The name of the river
and the word "lethargic" both derive from "lethe," Greek for
"forgetfulness."

From Merriam-Webster



sexta-feira, dezembro 13, 2002
 
Hoje eu fiz algo REALMENTE útil no trabalho: preenchi um formulário de solicitação de férias.


quinta-feira, dezembro 12, 2002
 
Por que diabos estou lembrando disso? A essa hora? Que merda.


 
Um dos guitarristas se tornou PM. Outro é professor universitário. Do baterista e do baixista não tenho notícias.


 
Nós nunca fomos além de ensaios em um quarto enfumaçado e fedorento. Tivemos uma chance de tocar em uma festa na USP, mas, na hora do show, ninguém estava em condições de tocar. Quando íamos gravar nossa primeira fita demo, o baixista foi tomar cerveja na padaria, enquanto a banda de outro amigo gravava, e não voltou mais. I Have Never Failed to Fail.


 
Eu também gostava de berrar isso aqui:

I Wanna Be Your Dog

Words and music by Jimmy Osterberg (aka Iggy Pop)

So messed up, I want you near
In my room I want you here
Now we're gonna be face to face
And I'll lay right down in my favorite place

(Chorus)
Now I wanna be your dog
Now I wanna be your dog
Now I wanna be your dog
Well, come on!

Now I'm ready to close my eyes
Now I'm ready to close my mind
Now I'm ready to feel the hand
To lose my heart in the burnin' sand




 
Eu também gostava muito dessa:

Sick boy

G.B.H.

Words & Music: Abrahall, Blyth, Lomas, Williams

I'm strapped into my bed, electrodes in my head.
My nerves are really bad, it's the best time I ever had.

I'm a sick boy and there's no cure.
I'm a sick boy, there should be more.

But I'm happy the way I am, like a sardine in a can.
People taking notes, people in white coats.

I see school girls everywhere, short skirts and pigtailed hair.
But why must I suffer, for being a gymslip lover ?


 
Um dia, quando eu era jovem, eu fiz parte de uma banda. Uma das letras que eu berrava nos ensaios era essa:

Alcohol

G.B.H.

Words & Music: Abrahall, Blyth, Lomas, Williams



You're like a kind of religion,
I see you each night on television.
I can't remember all your names,
I love you running through my veins.

Alcohol, oh alcohol, I love you in my brains.
Acohol, oh alcohol, I never want you again.

I come and see you every night,
take out my purse and i'll buy you a pint .
Would you like another ? No thanks,
tonight I'm wearing incontinence pants.



 
That's When I Reach For My Revolver

Written by Clint Conley and published by Lambent Music (BMI)

Moby's lyrics as interpreted by Daniel Cerman

Once I had my heroes
Once I had my dreams
But all of that is changed now
The truth begins again
The truth is not that comfortable, no
Mother taught us patience
The virtues of restraint
Father taught us boundaries
The knowledge we must go
I'm trying to protect my unity

That's when I reach for my revolver
That's when it all gets blown away
That's when I reach for my revolver
The spirit passes by this way

A friend of mine once told me
His one and only aim
To build a giant castle
And in it sign his name
Sign it with complete community

That's when I reach for my revolver
That's when it all gets blown away
That's when I reach for my revolver
The spirit passes by this way

Now that the sky is empty
And that is nothing new
Instead they look upon us
When they tell me
That we're nothing
I say!

That's when I reach for my revolver
That's when it all gets blown away
That's when I reach for my revolver
The spirit passes by this way

That's when I reach for my revolver
That's when it all gets blown away
That's when I reach for my revolver
The spirit passes by this way


 
A loaded gun won´t set you free

That's When I Reach For My Revolver


quarta-feira, dezembro 11, 2002

 

Repeat, repeat, repeat.

New dawn fades

A change of speed, a change of style
A change of scene, with no regrets
A chance to watch, admire the distance
Still occupied, though you forget
Different colours, different shades
Over each mistakes were made
I took the blame
Directionless so plain to see
A loaded gun won't set you free
So you say

We'll share a drink and step outside
An angry voice and one who cried
"We'll give you everything and more
The strain's too much, can't take much more".
Oh, I've walked on water, run through fire
Can't seem to feel it anymore
It was me, waiting for me, hoping for something more
Me, seeing me this time, hoping for something else.


 
Lembranças de uma manhã inútil regada a vinho do porto. Directionless so plain to see, a loaded gun won't set you free.


 
Sem dinheiro, sem internet em casa, ando completamente desatualizado quanto ao que acontece no "mundo musical". Só fui ouvir a versão de "New Dawn Fades", com Moby + New Order + Billy Corgan + John Frusciante, que faz parte da trilha sonora de "24 hr party people", esta semana. Já conhecia a versão que o Moby tinha feito pro disco "I like to score". Ao vivo, com os "convidados", ficou mais... forte. Guitarras. Barulho. Mas é óbvio que ainda prefiro a original.


 
Balada do poeta ébrio

Guilherme de Almeida

Burguês, meu bom, meu velho amigo,
Pega outro copo, anda daí!
Presta atenção ao que te digo:
Só porque nunca consegui
Rima para "álcool", não consigo
Fazer um verso; e já não topo
Com ritmos... Ah! Meu gênio antigo
Dorme no fundo do meu copo.

Olhou-me, um dia, do postigo
Uma romântica mimi:
E em seu olhar, que ainda bendigo,
Que inspirações eu não bebi!
Bebi, viciei-me... e hoje persigo,
No meu terror de misantropo,
Aquele olhar que, por castigo,
Dorme no fundo do meu copo.

As ilusões que andam comigo,
Sabes por que ainda as não perdi?
Porque as conservo em álcool! Sigo
Muitos exemplos que já vi
Pelos museus. Não há perigo:
Se tenho um sonho, em vinho o ensopo
E o desengano, que maldigo,
Dorme no fundo do meu copo.

OFERTÓRIO

Álcool, meu ótimo inimigo,
"Cavalo Branco" em que galopo!
Deixa-me só dormir contigo!
Dorme no fundo do meu copo!





 
EMBRIAGAI-VOS

"É necessário estar sempre bêbedo. Tudo se reduz a isso; eis o único problema. Para não sentirdes o fardo horrível do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem cessar.

Mas - de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor. Contanto que vos embriagueis.

E, se algumas vezes, nos degraus de um palácio, na verde relva de um fosso, na desolada solidão de vosso quarto, despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhe que horas são; e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio, hão de vos responder:

- É a hora da embriaguez! Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas! De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor.”

Charles Baudelaire

Pequenos poemas em prosa. Tradução de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 4ª ed., 1980, p. 91.



segunda-feira, dezembro 09, 2002
 
DETROIT

THEY BROUGHT DOWN THE BERLIN WALL
THEY LET THE HAMMER AND SICKEL FALL
THEY FITTED ME FOR A UNIFORM
HAD IT READY THE DAY I WAS BORN

[CHORUS]

I'VE DESTROYED EVERYONE I'VE LOVED
I DESTROY EVERYTHING I THOUCH

I DON'T OWN MY SKIN
ALL I GOT IS ORIGINAL SIN
BROUGHT DOWN IN A BROKEN HOME
MIXED BLOOD BRITTLE BONES

[CHORUS]

I'VE DESTROYED EVERYONE I'VE LOVED
I DESTROY EVERYTHING I THOUCH

LOVE AND SEX
FEMALE HEX
OPEN EYES
EMPTY LEGS
NO RELEASE
EXIST TO CEASE
GIMME A KNIFE
BREAK MY TEETH

I SEE THE BEAUTY IN EVERYTHING

words by primal scream




 
E isso, o que é? Arte de (ainda se usa essa palavra?) vanguarda?!?!?!?!

du nada oplha nossa cunversa nu icq:
**..0£ivia..** (02:05 PM) :
anh....................vc inro nus blogs?
Line (02:06 PM) :
vc é chata heim.....................
**..0£ivia..** (02:06 PM) :
ppppppqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqq
Line (02:07 PM) :
naum interessa..........
**..0£ivia..** (02:07 PM) :
buaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa a aline mii axa chata mamae!!!!!!!!!buaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
:-<:-<:-<:-<:-(:'-(*WHINING*
Line (02:08 PM) :
cala o fuçinho
**..0£ivia..** (02:09 PM) :
buaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
**..0£ivia..** (02:10 PM) :
buaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAbuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAbuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
MAMAIM A ALINE MI MANDO CALA U FUCINHUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU E EU NEM TENHU ISSO E NEM SEI Q Q EH MAMAIM BUAAAAAAAAAAA
Line (02:12 PM) :
SUA BURRA PARA DE FAZE RETARDADISSES EU TO FALANU SERIU
**..0£ivia..** (02:12 PM) :
EU TENHU Q VAZA. B-JUSSSSSSSSSSSSSSSSS
=***************************************
**..0£ivia..** (02:12 PM) :
TAH DOIDA ALINE?


 
Que língua é essa?!?!?

NU MC A LUIZA MI ISPLICO Q VIU ELE NU SHOPS DOMINGO(OS INFORMADOS DU SEGREDU JAH INTENDERAUM)AIH A ALINE N AXO U TEL. DU RENAN,P/ V C ACONTECEU MESMO, AI ELA LIGO PRU ...FABIO AI ELE TAVA MO LOCO , CANTANU MUSIKINHA D TOTO BOLA, E DISSE Q N TINHA UTEL .DU RENAN, AI A ALINE DSCONFIANU FALO ASSIM:"UE, ACONTECEU ALGUMA COISA P/ VC TAH ASSIM?" E ELE FALO:"EH EU TO MO DOIDO HEHEHEHEEHE"AI ELA FALO :"C TAH FELIZ HEIN?" AI ELE FALO :"EH.......ACONTECEU 1 COISA MMMTO BOA............."ELA PERGUNTO Q Q ERA SOH Q ELE N KIS FALAH................ISABELLA, VC TEM U TEL. DU RENAN???????????COLOKA NU SEU BLOG C TIVE(APESAR Q ELE VAI RECEBE MTO TROT, MI MANDA D E-MAIL)U + RAPIDO POSSIVEL. VC JAH INTENDEU P/ Q EU PRECISO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
B-JUUUUUUUUUUUUUUUUSSSSSSSSSSSSSSS
=**********************************************************






 
Leave Me Alone

On a thousand islands in the sea
I see a thousand people just like me
A hundred unions in the snow
I watch them walking, falling in a row
We live always underground
It's going to be so quiet in here tonight
A thousand islands in the sea
It's a shame

And a hundred years ago
A sailor trod this ground I stood upon
Take me away everyone
When it hurts thou

From my head to my toes
From the words in the book
I see a vision that would bring me luck
From my head to my toes
To my teeth, through my nose
You get these words wrong
You get these words wrong
Everytime
You get these words wrong
I just smile

But from my head to my toes
From my knees to my eyes
Everytime I watch the sky
For these last few days leave me alone
But for these last few days leave me alone
Leave me alone
Leave me alone

words by new order


 
Your Silent Face

A thought that never changes
Remains a stupid lie
It's never been quite the same
No hearing or breathing
No movement, no colors
Just silence

Rise and fall of shame
A search that shall remain
We asked you what you'd seen
You said you didn't care

Sound formed in a vacuum
May seem a waste of time
It's always been just the same
No hearing or breathing
No movement no lyrics
Just nothing

The sign that leads the way
The path we can not take
You've caught me at a bad time
So why don't you piss off

words by new order


sexta-feira, dezembro 06, 2002
 
Repeat:
"In what concerns you much, do not think that you have companions: know that you are alone in the world".
Henry David Thoreau


segunda-feira, dezembro 02, 2002
 
"More than any other time in history, mankind faces a crossroads. One path leads to despair and utter hopelessness. The other, to total extinction. Let us pray we have the wisdom to choose correctly". (W.A.)


 
"Life doesn't imitate art, it imitates bad television". (W.A.)


 
"Life is full of misery, loneliness, and suffering - and it's all over much too soon". (W.A.)





 
Esta velha angústia,
Esta angústia que trago há séculos em mim,
Transbordou da vasilha,
Em lágrimas, em grandes imaginações,
Em sonhos em estilo de pesadelo sem terror,
Em grandes emoções súbitas sem sentido nenhum.
Transbordou.
Mal sei como conduzir-me na vida
Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma!
Se ao menos endoidecesse deveras!
Mas não: é este estar entre,
Este quase,
Este poder ser que...,
Isto.

Um internado num manicômio é, ao menos, alguém,
Eu sou um internado num manicômio sem manicômio.
Estou doido a frio,
Estou lúcido e louco,
Estou alheio a tudo e igual a todos:
Estou dormindo desperto com sonhos que são loucura
Porque não são sonhos.
Estou assim...

Pobre velha casa da minha infância perdida!
Quem te diria que eu me desacolhesse tanto!
Que é do teu menino? Está maluco.
Que é de quem dormia sossegado sob o teu teto provinciano?
Está maluco.
Quem de quem fui? Está maluco. Hoje é quem eu sou.

Se ao menos eu tivesse uma religião qualquer!
Por exemplo, por aquele manipanso
Que havia em casa, lá nessa, trazido de África.
Era feiíssimo, era grotesco,
Mas havia nele a divindade de tudo em que se crê.
Se eu pudesse crer num manipanso qualquer —
Júpiter, Jeová, a Humanidade —
Qualquer serviria,
Pois o que é tudo senão o que pensamos de tudo?

Estala, coração de vidro pintado!

Álvaro de Campos



 
(9-10-1934)

O que há em mim é sobretudo cansaço -
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço asssim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas -
Essas e o que falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?

Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos



 
Bicarbonato de Soda

Súbita, uma angústia...
Ah, que angústia, que náusea do estômago à alma!
Que amigos que tenho tido!
Que vazias de tudo as cidades que tenho percorrido!
Que esterco metafísico os meus propósitos todos!
Uma angústia,
Uma desconsolação da epiderme da alma,
Um deixar cair os braços ao sol-pôr do esforço...
Renego.
Renego tudo.
Renego mais do que tudo.
Renego a gládio e fim todos os Deuses e a negação deles.
Mas o que é que me falta, que o sinto faltar-me no estômago e na
circulação do sangue?
Que atordoamento vazio me esfalfa no cérebro?

Devo tomar qualquer coisa ou suicidar-me?
Não: vou existir. Arre! Vou existir.
E-xis-tir...
E--xis--tir ...

Meu Deus! Que budismo me esfria no sangue!
Renunciar de portas todas abertas,
Perante a paisagem todas as paisagens,

Sem esperança, em liberdade,
Sem nexo,
Acidente da inconseqüência da superfície das coisas,
Monótono mas dorminhoco,
E que brisas quando as portas e as janelas estão todas abertas!
Que verão agradável dos outros!

Dêem-me de beber, que não tenho sede!

Álvaro de Campos


sexta-feira, novembro 29, 2002
 
"To regret one´s own experience is to arrest one´s own development. To deny one´s own experience is to put a lie into the lips of one´s own life. It is no less than a denial of the soul". Oscar Wilde, De Profundis.


 
"There are times when Sorrow seems to me to be the only truth. Other things may be illusions of the eye or the appetite, made to blind the one and cloy the other, but out of Sorrow have the worlds been built, at the birth of a child or a star, there is pain." Oscar Wilde, De Profundis.



quarta-feira, novembro 27, 2002
 
*SORRY NOT IN SERVICE*


 
I could sleep for a thousand years.


 
A entrevista com os Racionais MCs, exibida pelo Yo! (MTV) semana passada entrou para a História da, digamos, cultura brasileira.
Se não fosse pela própria entrevista, coisa rara em se tratando dos Racionais, algumas frases foram simplesmente antológicas, como essas, do Mano Brown:

- "Pros pretos, no Brasil, a solução é falar "não". É se impor, não aceitar qualquer coisa. Não entrar no jogo dos caras".

- "Eles têm de capitalizar, em forma de dinheiro, o nosso espírito. Eles têm o dom de fazer tudo virar moda. Tudo na mão deles vira moda. A mídia tem esse dom de deixar tão popular que perde a essência".

-“O DJ bom pra mim é o que deixa a música rolar e não me atrapalha”.

Mas as melhores de todas foram essas; primeiro Ice Blue:

- “Os caras ficam que nem cientista maluco, querendo estudar todos os baratos que a gente fala, as entrevistas”.

E por fim, Mano Brown...

- “Cada favelado é um universo em crise”.

!


terça-feira, novembro 26, 2002

 
..."Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime" ...

Álvaro de Campos


segunda-feira, novembro 25, 2002
 
"Há porcos que repugnam a sua própria porcaria, mas se não afastam dela, por aquele mesmo extremo de um sentimento , pelo qual o apavorado se não afasta do perigo. Há porcos de destino, como eu, que se não afastam da banalidade quotidiana por essa mesma
atracção da própria impotência. São aves fascinadas pela ausência de serpente; moscas que pairam nos troncos sem ver nada, até chegarem ao alcance viscoso da língua do camaleão.

Assim passeio lentamente a minha inconsciência consciente, no meu tronco de árvore do usual. Assim passei o meu destino que anda, pois eu não ando; o meu tempo que segue, pois eu não sigo."

Fernando Pessoa



sexta-feira, novembro 22, 2002



 
É de Emma Clarke a voz nas linhas Victoria, Bakerloo e Central, do metrô de Londres. Aqui há uma excelente entrevista com ela.

I always have a childish chuckle when you says "the next station is oval". What stations amuse you?
(Fuzzbucket)
Theydon Bois. My, how we laughed.

Actually, you should have heard the multiplicity of ways they made me say ‘Marylebone.’ Mahree-lee-bone. M’ree-labbon. Mary Lob-on. It was bleeding hilarious.




 
“It’s not that I’m lazy, it’s that I just don’t care.”

Peter Gibbons, "Office Space".



 
Enquanto isso, no trabalho...
procrastinação . [Do lat. procrastinatione.] S. f. 1. Ato ou efeito de procrastinar; adiamento, delonga.
(Fonte: Aurélio)


quinta-feira, novembro 21, 2002
 
E alguém disse: "se você não cuida do problema, o problema cuida de você".


 
"Sem prazeres, objetivos, atividades e ambições, com a vida à minha frente terminada e com a consciência da dor que causo a meus pais, minha felicidade é muito pequena". Marcel Proust, aos 30 anos.


 
Por mais que eu durma, não parece suficiente. Acordo exausto. Não consigo me levantar. I´m not ready.


segunda-feira, novembro 18, 2002
 
Mellow Doubt

Teenage Fanclub

It gives me pain, when I think of you
And the things together that we'll never do
At first it's code, and then it's hot
Tried to be someone that I know I'm not

I'm in trouble, and I know it
How I'm feeling, I can't show it
But these feelings, don't go away

I remember you, lines on your face.
Sharing a moment in the perfect place.
I'm deep in your eyes, and inside your head.
And I try to reach you, when I'm in my bed.

I'm in trouble, and I know it
How I'm feeling, I can't show it
But these feelings, don't go away

There is no choice, in what I must do.
Nothing is greater than to be with you.

I'm in trouble, and I know it
How I'm feeling, I can't show it
But these feelings, don't go away


 
I Need Direction

Teenage Fanclub

I used to feel fine
you were to be mine
I need direction
to take me to you

I've asked the sunshine
shadowed the skyline
I need direction
to take me to you

I get brainwaves
I get visions
slow reaction
superstition

I need the ways and means to get through
I need an open heart to look to
nobody sees the same way I do
I need direction to get through

followed the ley lines
the faded out road signs
I need direction
to take me to you

I get spellbound
I get visions
slow advances
indecision

I need the ways and means to get through
I need an open heart to look to
nobody sees the same way I do
I need direction to get through

Honest I'd feel fine
if you were to be mine
I need direction to take me to you



 
Ou terão sido aquelas dezenas de cervejas e doses de uísque barato tomadas nos últimos dias? Duh.


 
Maldita queimação; deve ter sido aquele café que tomei hoje pela manhã.


 
Everybody is a fucking liar, they said. Who am I to disagree?



 
Ah, e tem macarrão com dois pedaços de frango por R$ 3,50.


 
Recebi um panfleto de um restaurante enquanto caminhava pela avenida Ipiranga (centro de São Paulo). Lá, o "comercial" ("arroz, feijão, salada + mistura") custa R$ 2,20. Agora o que me chamou mesmo a atenção no menu foi a parte das, digamos, bebidas. Está lá, exatamente assim: "Pingas/Cafezinhos: 0,30; cerveja 600 ml a partir 1,60; galão de água: 2,50". Waal!


 
Em um mesmo ano, Lula presidente e Palmeiras na segunda divisão... eu realmente nunca imaginei que viveria para ver isso.


 
Para a História.



quinta-feira, novembro 14, 2002
 
*Sorry not in service*


 
Eu não tenho saudade dos anos 80.
...
Mas tenho saudade de sentir o cheiro de LP novinho em folha. Comprado na WOP BOP (que tinha envelopes formidáveis) ou na Bossa Nova, de preferência.
Aliás passo frequentemente em frente ao local onde ficava a WOP BOP e nem sempre me dou conta disso. O que foi feito do lugar mesmo?


 

The Smiths
I am the epitome of unrequited love but at least I do something constructive with it.. sing beautiful songs, which will continue to win audiences over years after we have split up. I can be wistful, cathartic and depressive but at the same time I am a very deep, thoughtful person. More than likely I am contemplating something very important even if I don't look like the sort! I think before I speak and so what I say somehow has more meaning. Basically, I'm a well rounded person so nyah :p
Which 80s band are you?
Test created by Sambam of blackeyed.net/tristessa



quarta-feira, novembro 13, 2002
 
All We Ever Wanted Was Everything

Bauhaus

All we ever wanted was everything
All we ever got was cold
Get up, eat jelly
Sandwich bars, and barbed wire
Squash every week into a day

The sound of drums is calling
The sound of the drum has called
Flash of youth shoot out of darkness
Factorytown

Oh to be the cream repeat


 
Yep, extinction.


 
I´m not ready. Shame on me.


 
The Sad Punk

Black Francis
(p) 1991 4-A-D


I smell smoke
That comes from a gun
Named extinction

It was so long ago
Could have happened to anyone
He was struck by a bullet
And he melted into fluid
Named extinction

Named extinction

One thousand miles an hour
I'm just like anyone
I want to feel the road of tar
Beneath the wheel
Named extinction

And evolving from the sea
Would not be too much time for me
To walk beside you in the sun

I read something
About a son of a gun
Named extinction


 
"Tribute to the Phone Calls"
Silver Scooter
From Orleans Parish LP/CD (Peek-A-Boo)


I don't want to get up, i'm not ready
just because my desire to sleep until i'm ready to
i don't want to wake up, i'm not able
just because my desire to sleep until i'm able to
tonight i'm by the phone and i'm listening for your dial tone
and you call and i'm caught in a dream
it's a struggle to react to your sweet voice on my tape machine
so lay back try to relax you'll be mine in the morning time.


segunda-feira, novembro 11, 2002

 
"Do not waste your life", he said.


 
Sick Of Goodbyes

Sparklehorse

if I could just keep my stupid mind together
then my thoughts would cross the land for you to see
no one sees you on a vampire planet
no one sees you like I do

seconds click in which I'm changed to dust
whithered roots of knots and hairy rust
no one sees you on a vampire planet
no one sees you like I do

I'm so sick
of goodbyes, goodbyes
I'm so sick
of goodbyes, goodbyes
goodbyes

the night comes crawling in
on all fours
sucking up my dreams
through the floor

I'm so sick
I'm so sick
of goodbyes

I'm so sick
of goodbyes, goodbyes
I'm so sick
of goodbyes, goodbyes
I'm so sick, so sick, so sick
of goodbyes, goodbyes
so, I'm so sick


 
OK, então agora vou tentar suar um pouco pra ver se algum pão (líquido, de preferência) resulta disto.


 
"Sem trabalho, sem horário de serviço, o homem não se sente mais homem, vira animal, desajusta-se por completo". Dostoievski, em "Recordações da Casa dos Mortos".


 
"E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás". (Gênesis. 3:14-19)


 
"...vocês já sabem, né"?


 
Ei, lá vem ele, voltando da sala do senhor diretor.


 
Nossa chefe acaba de informar a demissão de um dos nossos colegas.
Quantos anos de dedicação a esta empresa?
Quantos anos desperdiçados nesse cotidiano sem sentido?
Talvez algo tenha feito sentido pra ele nisso tudo. Talvez ele tenha se divertido em alguns momentos. Quero crer.
Próximo de obter sua aposentadoria, o que ele fará agora?
Ainda mais considerando que, imagino, esse trabalho era parte tão fundamental na sua realidade.
Eu pediria pra ser demitido, se não estivesse tão endividado e se tivesse alguma outra opção.
Na verdade a escolha nobre seria me oferecer, mesmo sem opção alguma.
Mas vence meu lado covarde e mesquinho, vence a autopreservação do funcionário de escritório, cotidiano e tributável, que recebe a mensagem e continua cumprindo suas tarefas, pensando nas dívidas pra pagar, esperando a sua vez.
Todo dia eu só penso em poder parar
Meio-dia só penso em dizer não
Então penso na vida pra levar
e me calo com a boca de feijão.

Agora somos uma equipe de quatro pessoas.
O silêncio vai ser ainda maior.
Para os que sobreviverem, 2003 vai ser o horror.



quinta-feira, novembro 07, 2002
 
Seu Creysson para a Academia Brasileira de Letras:

"Dedíquio esse lívrio a Tia Frávia, minha professoria de nalfabetização. Foi élia qui me nalfabetizou! Quer dizer, eu achio que éria, porque élia só batia o pôntio e ia si emboria pra casia. Mas íssel faz tântio têmpio qui Seu Creysson aindia nem tinha équio"!

Prefácio de "Seu Creysson - Vídia i Óbria".



 
Já teve vontade de entrar no escritório com uma serra elétrica detonando tudo e todos que encontra pelo caminho? Conheça Skullkid.



quarta-feira, novembro 06, 2002

 
The meaning of life

Why are we here, what is life all about?

Is God really real, or is there some doubt?

Well tonight we're going to sort it all out,

For tonight it's the Meaning of Life.



What's the point of all these hoax?

Is it the chicken and egg time, are we all just yolks?

Or perhaps, we're just one of God's little jokes,

Well ca c'est the Meaning of Life.



Is life just a game where we make up the rules

While we're searching for something to say

Or are we just simple spiralling coils

Of self-replicating DNA?



What is life? What is our fate?

Is there Heaven and Hell? Do we reincarnate?

Is mankind evolving or is it too late?

Well tonight here's the Meaning of Life.



For millions this life is a sad vale of tears

Sitting round with really nothing to say

While scientists say we're just simply spiralling coils

Of self-replicating DNA.



So just why, why are we here?

And just what, what, what, what do we fear?

Well ce soir, for a change, it will all be made clear,

For this is the Meaning of Life - c'est le sens de la vie -

This is the Meaning of Life.



 
Será que Monty Python melhora meu humor hoje?


terça-feira, novembro 05, 2002
 
Goodbye

Silver Scooter

I wanna live in another town
Uh-huh
And feel the concrete
Freshly flowing over my feet
Uh-huh

'Cuz I know I'm not original
Or even typical
And I know I'm not cynical
I leave that all by the wayside
Bye bye

So when I move to the big city
Uh-huh
I'll feel the concrete
Stuck over my feet
Mmm-hmm

So when I move to the big sky country
Uh-huh
I'll stop messing around
With my feelings
And my friends' feelings

'Cuz I know I'm not original
Or even typical
And I know I'm not cynical
I leave that all by the wayside
Bye bye

Bye bye
Goodbye



 
Silver Scooter
The Blue Law (Peek-A-Boo)


Some bands seem to come out of nowhere as instant superstars, while others linger for years without making the leap beyond their cult confines. For the past several years, Austin's Silver Scooter eked out a fine existence in the latter category, but the band offers such a beguiling brand of pop music that its status as a well-kept secret simply boggles the mind. A guitar act anchored to the same rhythmic base that propelled New Order—in this case, Tom Hudson's machinelike beats, John Hunt's strummed Rickenbacker bass, and new member Shawn Camp on keyboards—Silver Scooter sticks to that band's disarmingly simple formula of somber minor-key anthems buoyed by wonderful little hooks and charmingly lackadaisical vocals. (A recent EP even featured a note-perfect cover of New Order's "Run.") In Silver Scooter's case, singer Scott Garred's lazy drawl keeps the songs down-to-earth, though the band has otherwise pared down its arrangements and polished its sound to a brilliant sheen. "Goodbye," "Albert Hall," and "The Long Way" all carry their melodies on Hunt's bass, while the mellow "Blue Law" tempers its mood with Garred's gee-whiz lyrics about beer. The up-tempo "Black Stars" would fit perfectly on New Order's Technique, though the power ballad (!) "Dirty Little Bar" seems more in line with Peter Hook's New Order-lite side project Monaco. The latter half of The Blue Law is a bit more subtle, with "Remembering" (one of the few tracks with an actual drum machine) and "On The Mark" subtly exhibiting a taste for bar-band country. All throughout, Garred's vocals keep the music from becoming too Britpop precious, though the band probably chose the dramatic synth cheese decorating "Crash" for just that reason. But where Silver Scooter's Orleans Parish seemed satisfied with the modest rules of indie-rock, The Blue Law finds the band busting out a bit. Its accessible style shift might just be the key to its success, as the effortless pop pull of the disc's 10 songs ultimately proves irresistible. —Joshua Klein


 
Nada de novo sob o sol. Silver Scooter.



 
Supla quase apanha em show punk

Jornal da Tarde - Você se considera um punk?

Supla - (bravo) O que você conhece do movimento punk? Nada, meu! Quem acha que ser punk é ser um cara f...., desempregado... Mas ser punk é muito mais: é um conceito, uma energia, tem uma parte sexual e me identifico. Minha carreira vai muito bem, obrigado. Lanço meu novo CD em novembro, 'Político e Pirata', nas bancas a R$ 12,90. Além disso, a venda das minhas roupas na Riachuelo vão muito bem. Sou um cara bem-sucedido.


 
yelling yelling yelling yelling yelling yelling

All My Life

Foo Fighters

All my life I've been searching for something
Something never comes never leads to nothing
Nothing satisfies but I'm getting close
Closer to the prize at the end of the rope
All night long I dream of the day
When it comes around then it's taken away
Leaves me with the feeling that I feel the most
The feeling comes to life when I see your ghost

Come down don't you resist
You have such a delicate wrist
And if I give it a twist
Something to hold when I lose my breath
Will I find something in that
So give me just what I need
Another reason to bleed
One by one hidden up my sleeve
One by one hidden up my sleeve

Hey don't let it go to waste
I love it but I hate the taste
Weight keeping me down

Will I find a believer
Another one who believes
Another one to deceive
Over and over down on my knees
If I get any closer
And if you open up wide
And if you let me inside
On and on I've got nothing to hide
On and on I've got nothing to hide

Hey don't let it go to waste
I love it but I hate the taste
Weight keeping me down

All my life I've been searching for something
Something never comes never leads to nothing
Nothing satisfies but I'm getting close
Closer to the prize at the end of the rope
All night long I dream of the day
When it comes around then it's taken away
Leaves me with the feeling that I feel the most
The feeling comes to life when I see your ghost

And I'm done, done and I'm under the next one

Hey don't let it go to waste
I love it but I hate the taste
Weight keeping me down

Done done and under the next one
Done I'm done and I'm under the next


segunda-feira, novembro 04, 2002

 
Festival em Curitiba em 2003 com White Stripes, Strokes, Wilco, Idlewild, Foo Fighters, Hives e Radiohead? Conta outra.


 
Título de texto na Folha sobre o livro de Palomino, em novembro de 1999: "Deus criou a noite e... Erika Palomino criou o 'BABADO FORTE' ". Duh.


 
E o livro do Amaury Jr. saiu pela editora Elevação, que publica obras de José de Paiva Netto, Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade, LBV. Entre elas, "Apocalipse sem medo" e "Cidadania do Espírito". Outro autor a ser destacado é o Dr. Bezerra de Menezes (1831-1900), que escreveu "Fluidos de Paz" e "Fluidos de Luz".


 
Curioso que no site da Siciliano "Babado Forte" está na categoria "Ciências".
Ciências?!?!?!?


 
Há uma livraria na Rua 24 de maio na qual, há meses, o livro da Erika Palomino, "Babado forte" (ou coisa que o valha) está em promoção. Há uma pilha deles, com mais de 20 exemplares, a R$ 4,90, cada. Na pilha ao lado, "Flash Fora do Ar", de Amaury Jr, pelo mesmo preço. Se tivesse dinheiro compraria ambos. Devem ser engraçados.


 
"I think the enemy of creativity in the world today is that so much thinking is done for you. The environment is so full of television, party political broadcasts and advertising campaigns, you hardly need to do anything".

"For most of my working life as a professional, which began over 40 years ago, what kick-started the day was a large scotch and soda".

J.G. Ballard, The Observer Magazine.


 
Why he died before he got old

Kurt Cobain was adored, addicted and angry - the rest of the rock myth followed from there. Pete Townshend suffers as he plumbs the depths of Cobain's despair in his Journals


 
Novelty

Joy Division

When the people listen to you don't you know it means a lot
'cos you've got to work so hard for everything you've got
Can't rest on your laurels now
Not when you've got none
You'll find yourself in a gutter
Right back where you came from
Someone told me being in the know is the main thing
We all need the security that belonging brings
Can't stand on your own in these times against all the odds
You all just fall behind like all the other sods
You slap your back and pretend you knew
About all the things that we were gonna do
What ya gonna do, what ya gonna do when it's over?

You're all on your own now, don't you think that's a shame
But you're the only one responsible to take the blame
So what ya gonna do when the novelty has gone
Yeah, what ya gonna do when the novelty has gone
You slap your backs and pretend you knew
About all the things we were gonna do
What ya gonna do, what ya gonna do
When it's over?


 
Something must break

Joy Division

Two ways to choose
On a razors edge
Remain behind
Go straight ahead
Room full of people, room for just one
If I can't break out now, the time just won't come

Two ways to choose
Which way to go
Decide for me
Please let me know
Looked in the mirror, saw I was wrong
If I could get back to where I belong, where I belong

Two ways to choose
Which way to go
Had thoughts for one
Designs for both
But we were immortal, we were not there
Washed up on the beaches, struggling for air

I see your face still in my window
Torments yet calms, won't set me free

Something must break now
This life isn't mine
Something must break now
Wait for the time
Something must break.



 
Passover

Joy Division

This is a crisis I knew had to come
Destroying the balance I'd kept
Doubting, unsettling and turning around
Wondering what will come next
Is this the role that you wanted to live?
I was foolish to ask for so much
Without the protection and infancy's guard
It all falls apart at first touch

Watching the reel as it comes to a close
Brutally taking its time
People who change for no reason at all
It's happening all of the time
Can I go on with this train of events?
Disturbing and purging my mind
Back out of my duties,
when all's said and done
I know that I'll lose every time

Moving along in our God given ways
Safety is sat by the fire
Sanctuary from these feverish smiles
Left with a mark on the door
Is this the gift that I wanted to give?
Forgive and forget's what they teach
Or pass through the deserts and wastelands once more
And watch as they drop by the beach

This is the crisis I knew had to come
Destroying the balance I'd kept
Turning around to the next set of lives
Wondering what will come next.


sexta-feira, novembro 01, 2002

 
"O fenômeno Lula só pode ser bem compreendido por quem o vê na rua. Não me refiro apenas aos comícios, às caminhadas ou aos desfiles em carro aberto, mas também às saídas dos hotéis onde se hospeda, aos saguões dos aeroportos por onde passa e aos restaurantes onde pára para comer. Ou seja: tanto nos eventos oficiais da campanha presidencial como nos encontros fortuitos de Lula com seus eleitores, a mesma intensidade está lá". João Moreira Salles - aqui.



quinta-feira, outubro 31, 2002
 
Variações sobre o mesmo tema (2)

Até o Fim

Chico Buarque

Quando eu nasci veio um anjo safado, um chato dum querubim
E decretou que eu estava predestinado a ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou, mas vou até o fim
'Inda garoto deixei de ir à escola, cassaram meu boletim
Não sou ladrão, eu não sou bom de bola, nem posso ouvir clarim
Um bom futuro é o que jamais me esperou, mas vou até o fim
Eu bem que tenho ensaiado um progresso, virei cantor de festim
Mamãe contou que eu faço um bruto sucesso em Quixeramobim
Não sei como o maracatu começou , mas vou até o fim
Por contas de umas questões paralelas quebraram meu bandolim
Não querem mais ouvir as minhas mazelas e a minha voz chinfrim
Criei barriga, minha mula empacou, mas vou até o fim
Não tem cigarro, acabou minha renda, deu praga no meu capim
Minha mulher fugiu com o dono da venda, e o que será de mim?
Eu já nem lembro prá onde mesmo que vou, mas vou até o fim
Como eu já disse, era um anjo safado, um chato dum querubim
Que decretou que eu estava predestinado a ser todo ruim
Já de saída minha estrada entortou, mas vou até o fim



 
Variações sobre o mesmo tema (1)

Let's Play That

Torquato Neto

quando eu nasci
um anjo louco muito louco
veio ler a minha mão
não era um anjo barroco
era um anjo muito louco, torto
com asas de avião

eis que esse anjo me disse
apertando minha mão
com um sorriso entre dentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
let's play that



 
"Quando me acontecer alguma pecúnia, passante de um milhão de cruzeiros, compro uma ilha; não muito longe do litoral, que o litoral faz falta; nem tão perto, também, que de lá possa eu aspirar a fumaça e a graxa do porto. Minha ilha ( e só de a imaginar já me considero seu habitante) ficará no justo ponto de latitude e longitude, que, pondo-me a coberto de ventos, sereias e pestes, nem me afaste demasiado dos homens nem me obrigue a praticá-los diuturnamente. Porque esta é a ciência e, direi, arte do bem-viver; uma fuga relativa, e uma não muito estouvada confraternização.

De há muito sonho esta ilha, s e é que não a sonhei sempre. Se é que não a sonhamos sempre, inclusive os mais agudos participantes. Objetais-me: “Como podemos amar as ilhas, se buscamos o centro mesmo da ação?” Engajados, vosso engajamento é a vossa ilha, dissimulada e transportável. Por onde fordes, ela irá convosco. Significa evasão daquilo para que toda alma necessariamente tende, ou seja, a gratuidade dos gestos naturais, o cultivo das formas espontâneas, o gosto de ser um com os bichos, as espécies vegetais, os fenômenos atmosféricos. Substitui, sem anular. Que miragens vê o iluminado no fundo de sua iluminação? ... Supõe-se político e é um visionário. Abomina o espírito de fantasia, sendo dos que mais o possuem. Nessa ilha tão irreal, ao cabo, como as da literatura, ele constrói a sua cidade de ouro, e nela reside por efeito da imaginação, administra-a, e até mesmo a tiraniza. Seu mito vale o da liberdade nas ilhas. E, contendor do mundo burguês, que outra coisa faz senão aplicar a técnica do sonho, com que os sensíveis dentre os burgueses se acomodam à realidade, elidindo-a"?

Carlos Drummond de Andrade, "Divagações sobre as ilhas", em "Poesia e prosa", Rio de Janeiro, 1983.


 
Sobre estudantes que o procuravam para entrevistas:

"Garotos de colégio de lápis em punho
Com professores na retaguarda
comandando
Cacem o urso polar
Tragam-no vivo para fazer uma
conferência".


 
Trecho (3)

"Também não dava a mínima importância à posteridade nem à glória literária, e nem via vantagem em ser pessoa especialmente conhecida. "Seria útil, sim", observou, "se eu entrasse num banco e o gerente dissesse: eu conheço o senhor, pode pedir o empréstimo que eu dou sem pedir fiador. Mas isso não acontece." E para terminar com qualquer conversa mais íntima, resumiu em algumas palavras e poucas entrevistas, já passado dos 70 anos: 'Cheguei a uma idade tal que para mim poucas coisas têm importância. Eu não me vejo. Não tenho opinião a meu respeito. Nunca entendi bem o mundo, que acho um teatro de injustiças e ferocidades extraordinárias. Não faço propaganda de mim mesmo. Passei a vida sem maiores dificuldades, mas também sem glórias. Foi uma vida medíocre. Nunca pretendi ser rico, poderoso ou mesmo feliz. E não levaria nenhum livro meu para uma ilha deserta' ".


 
Trecho (2):

"...segundo suas próprias palavras, era incapaz de atravessar uma sala cheia de gente. O temível crítico José Guilherme Merquior, vestido de gala, tremeu até o último de seus admirados neurônios quando foi escalado para saudar o poeta numa comemoração dos seus setenta anos na Biblioteca Nacional. "Ele simplesmente não vai aparecer, e será constrangedor", acreditou o autor de um livro sobre o homenageado, Verso e Reverso em Drummond.

Drummond apareceu e discursou, mas Merquior tinha motivos para temer. Já era amplamente conhecida sua crônica Divagações Sobre as Ilhas, onde o autor se imagina dono de uma ilha que 'fique no justo ponto de latitude e longitude que, pondo-me a coberto dos ventos, sereias e pestes, nem me afaste demasiado dos homens nem me obrigue a praticá-los a diuturnamente. Porque esta é a ciência, a arte do bom viver; uma fuga relativa, e uma não muito estouvada confraternização' ".


 
Trecho (1):

"Eu era o menos informado, o mais inculto dos rapazes e ao mesmo tempo o mais audacioso e o mais assanhado, gostava muito de aparecer", lembrou Drummond. "E passei a me aplicar ao verso livre porque não sabia o que era verso metrificado."


 
Há 100 anos nascia Carlos Drummond de Andrade. Ontem o jornal O Estado de S. Paulo publicou um belo caderno especial sobre o poeta, que ganhou uma versão online no portal do Estadão. Lá, além de ser possível ler ótimos textos de Geraldo Mayrink, que já estavam no jornal de ontem, também se encontra entrevista com Drummond, e podem ser vistas fotos, auto-caricaturas, imagens de sua certidão de nascimento e da máquina de escrever com a qual trabalhava em casa, entre outras coisas. Formidável.


 
Estrambote Melancólico

Carlos Drummond de Andrade

Tenho saudade de mim mesmo,
saudade sob aparência de remorso,
de tanto que não fui, a sós, a esmo,
e de minha alta ausência em meu redor.
Tenho horror, tenho pena de mim mesmo
e tenho muitos outros sentimentos
violentos. Mas se esquivam no inventário,
e meu amor é triste como é vário,
e sendo vário é um só. Tenho carinho
por toda perda minha na corrente
que de mortos a vivos me carreia
e a mortos restitui o que era deles
mas em mim se guardava. A estrela-d'alva
penetra longamente seu espinho

(e cinco espinhos são) na minha mão.



 
Poema de sete faces

Carlos Drummond de Andrade

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.







 
Chega de Enetation.


quarta-feira, outubro 30, 2002
 
Sound + Vision

Words and music by David Bowie.

Don't you wonder sometimes
'Bout sound and vision

Blue, blue, electric blue
That's the colour of my room
Where I will live
Blue, blue

Pale blinds drawn all day
Nothing to do, nothing to say
Blue, blue

I will sit right down, waiting for the gift of sound and vision
And I will sing, waiting for the gift of sound and vision
Drifting into my solitude, over my head

Don't you wonder sometimes
'Bout sound and vision



 
Artur Xexéo manda muito bem (apesar da citação a um certo compositor decadente aí); inclusive em relação à frase já clássica do presidente Da Silva (acho que ele foi o primeiro a chamar a atenção pra isso), "um presidente do Brasil com cara de brasileiro", que nem eu.


Bloco de sujos elege seu folião mais bonito

Há muitas características inéditas na vitória de Lula para o cargo de presidente da República. É o primeiro líder de esquerda que chega ao poder no Brasil. É o primeiro operário na Presidência. É o primeiro presidente que não tem diploma de curso superior. Mas confesso que de todo o ineditismo que cercou esta eleição o que mais me surpreendeu foi a festa que se seguiu à divulgação do resultado oficial.

Há quem possa dizer que, se Lula foi eleito pela maioria dos eleitores, é muito natural que esta maioria comemore. Mas não é assim. A primeira eleição para presidente do Brasil, desde que cheguei nesta terra, foi a de Juscelino Kubitschek. Não me lembro dela. Também não me lembro da de Jânio Quadros. Depois, foram 20 anos de ditadura. A eleição de Tancredo Neves foi indireta. Resumo da ópera: eleição direta para presidente, desde que me entendo por gente, foi a partir da de Fernando Collor (toc toc toc). E não me lembro de nenhuma comemoração.

A maioria escolheu Collor (toc, toc, toc) e não comemorou. A maioria escolheu Fernando Henrique duas vezes e não comemorou. A maioria esperou a eleição de Lula para comemorar. Foi um carnaval fora de época em que a música preferida dos foliões era o Hino Nacional. Não dá para se comparar com movimentos como o das Diretas Já ou o do Fora Collor (toc toc toc) em que o povo foi em massa para as ruas. Era diferente. No domingo à noite, ninguém tinha nenhuma reivindicação a fazer. Ninguém queria provar que o povo unido jamais será vencido. A intenção era só festejar. E isso nunca aconteceu antes.

Houve uma época em que o simples ato de votar já pedia comemorações. Ir às urnas era uma festa. Mas o resultado das urnas era encarado com esperança ou ceticismo, mas sem alegria. Com o tempo, o eleitor se acostumou e essa festa acabou. Ela voltou agora para celebrar a vitória de Lula. Por quê?

Lula é, sem dúvida, o presidente do Brasil mais parecido com a massa que elege presidentes no Brasil. Nunca a maioria se identificou tanto com o eleito. Lula não fala bem português, erra concordâncias — verbais e nominais — tem problemas de dicção, parece que está sempre pouco à vontade dentro do terno e gravata. Enfim, é um presidente do Brasil com cara de brasileiro.

A impressão que se tem é de que a maioria se cansou de eleger os elegantes, os bem vestidos, os que falam bem e apostou suas últimas fichas no líder do bloco de sujos. Com sua vitória, a maioria se emocionou. Vem cá, se até o presidente Fernando Henrique, o mais elegante, o mais bem vestido, o mais poliglota dos brasileiros, ficou emocionado, imagine o resto da população.

A festa de domingo à noite foi a festa da identificação. Se Narciso acha feio o que não é espelho, o povo brasileiro, que está sempre enamorado de si mesmo, foi para as ruas celebrar a vitória do mais bonito dos brasileiros. O bloco dos sujos, desta vez, escolheu um de seus pares.

***
A melhor frase de Lula, dita ainda no seu pronunciamento de domingo na Avenida Paulista, referia-se ao tom que a atriz Regina Duarte trouxe para a campanha eleitoral: “A esperança venceu o medo.” Pena que, na verdade, tenha sido criada pelo publicitário Duda Mendonça. E mais pena ainda que Duda não tenha esperado Lula lançá-la na festa em São Paulo. Horas antes, em Salvador, Duda já usava uma camiseta com os dizeres e repetia o slogan para qualquer televisão que o entrevistasse.



 
Choveu. A temperatura caiu um pouco. A cidade ficou menos feia. Funciono de maneira um pouco menos pior, parece. Tudo parece mais suportável. Por enquanto.


 
repeat repeat repeat

Actually it's darkness

You thought the fire could protect you from it
But why have you been so, why have you been ill informed?
I felt that fire could protect me from everything
You’re just too gullible

Actually it’s darkness, I don’t know what I’m scared of
It’s darkness, I must be scared of something
You must be scared of something, quite quite special

You shed a shade of shyness
You shed a shade of shyness
You shed a shade of shyness
Why can’t you be more cynical?

I knew the winter could protect me from it
One box if film won’t make it all go cold
I thought that winter could hide me from everything
I’m just too gullible, for words

Actually it’s darkness, I don’t know what I’m scared of
It’s darkness, I must be scared of something
You must be scared of something, quite quite special

You shed a shade of shyness
You shed a shade of shyness
You shed a shade of shyness
Why can’t you be more cynical?

I don’t look the same in the photograph
I need to look the way I did in the photograph
By mentioning places it will all become clear
If we speak the same language, you’re a deeper darker reason...

You shed a shade of shyness
You shed a shade of shyness
You shed a shade of shyness
Why can’t you be more cynical?



Words by Roddy Woomble. Music by Idlewild.
Published by Deceptive Music ltd. / EMI Music Publishing Ltd.


 
Touro

de 21/04 a 20/05
Regente: Vênus

Fase favorável para o progresso em todas as áreas, mas somente mediante muita disciplina. Os nativos deste signo têm uma certa tendência a autocomplacência, e às vezes têm muita dificuldade de se adaptar a mudanças necessárias. Está na hora de você reforçar o aprendizado destas coisas.


?


 
"perplexo (cs). [Do lat. perplexu, 'emaranhado' e, daí, 'indeciso'.] Adj. 1. Indeciso, duvidoso, hesitante, irresoluto: "As suas cartas desta época mostram Antero em grande incerteza sobre os caminhos que se lhe abriam na vida, perplexo, hesitante, numa 'eterna flutuação'" (José Bruno Carneiro, Antero de Quental, I, p. 232) 2. Espantado, admirado, atônito: Ficou perplexo com a notícia do suicídio do amigo".
Fonte: Aurélio



 
"Como não estar perplexo? Eu não sei o que me faz perplexo: simplesmente estou. Você tem claras todas as coisas? Estamos perplexos: as pessoas acreditam que há claridade em algum lugar e estão equivocadas". Francis Bacon (1909-1992), em entrevista ao El País, reproduzida pela Folha de S. Paulo em 03.05.1992.


 
"Life Sentence"

Dead Kennedys

You used to be a partner in crime
Now you say you ain't got the time

Gotta get serious, gotta plan
Gotta pass those entrance exams
Oh my God
It's senior year
All you care about is your career

[Chorus]
It's a Life Sentence
It's a Life Sentence
It's a Life Sentence
It's a Life Sentence

You're squelching your emotions
All you talk about is old times
You don't do what you want to
But you do the same thing everyday

No sense of humor
But such good manners
Now you're an adult
You're boring

[Chorus]

The walls are closing in
You stayed too long in school
I'd rather stay a child
And keep my self-respect
If being an adult
Means being like you

Are you really you you you
You you you you you you
Are you really you?
No

You're a chained-up dog fenced in a yard
Don't see much, you can't go far
Pace and froth, you're getting sick
Run too fast and it'll snap your neck

You say you'll break out
But you never do
You're just another ant in the hill
That's your Life Sentence


 
Back to life sentence.


segunda-feira, outubro 28, 2002
 
Falando em ABL, eu nunca li nada da Laurita Mourão mas, considerando a entrevista publicada hoje na Folha de S. Paulo, se pudesse, votaria nela para ocupar a cadeira número 12. Um trecho de sua mais recente obra:

"Tomei um banho, vesti meu uniforme de campanha, tomei café com Maria. Mandei vir o carro e tive que esperar porque as mulheres, por excelentes que sejam, não deixam de ter pacotes e maletas para fazer. É incrível pensar num Napoleão esperando sua Josefina preparar a "nécessaire" para acompanhar o comandante-em-chefe numa batalha campal."
LAURITA MOURÃO,
em "O General dos Pijamas Vermelhos"


 
VOLTAIRE DE SOUZA

Morte aos insetos

Os insetos infernizam a população brasileira.
Nayana não conseguia dormir.
- Baratas. Tenho muito medo.
O marido, ao lado, roncava.
- Não enche. Papo de mulher.
Nayana suspirou.
- Como você é grosso, Jurandir.
Há tempos ela andava cheia do marido. Tipo insensível.
Raiva e medo se misturavam em sua alma quando Nayana pegou o inseticida.
Nuvens de fumaça tóxica tomaram conta do local. Os olhos de Nayana lacrimejavam de alergia e desespero.
- Mais uma latinha. Vamos de veneno.
No meio da fumaça, Nayana julgou ver o rosto do presidente Bush.
- Yes. Death. Bomb now.
Foi sua última visão antes de acordar no hospital dois dias depois. Intoxicação grave. Garganta fechada. Jurandir também foi atingido.
Tem sérias dificuldades para roncar agora.
Podemos temer as baratas. Mas o maior perigo é o ódio em nosso coração.



 


Esse papo me deu saudades do Notícias Populares. Aquilo sim era jornal popular; aliás acho que foi o último. As manchetes eram fenomenais; as fotografias, acachapantes. A linguagem, bem-humorada, direta, simples. No meu trabalho, entre outras coisas, eu faço perguntas. E tenho que fazer perguntas, sobre os mais variados assuntos, que sejam compreendidas por qualquer pessoa, inclusive aquele velhinho que mora lá em Quixeramobim. Quando eu tinha que perguntar alguma coisa sobre assuntos, digamos, mais complexos, relacionados à economia, por exemplo, eu corria pro NP pra saber como eles tratavam da alta do dólar, do último plano econômico, etc.... Devia ser muito divertido trabalhar lá... Mas o mais legal no NP (depois da coluna sobre sexo da Rosely Sayão) era a coluna do Voltaire de Souza, um escritor fabuloso. Felizmente ele hoje tem uma coluna no Agora São Paulo. E, inclusive, recentemente, escreveu um texto para a Revista da Folha. A identidade verdadeira dele é um mistério. Mas, seja quem for, ele é MUITO melhor do que muita gente que enche as páginas de jornais e revistas por aí. Empolgado com a sugestão do Psychofreud acho que devia ser lançada uma campanha: Voltaire de Souza para a ABL!


 

Which Radiohead song are you?

brought to you by Quizilla

You are "The Bends" from... The Bends album. You have conflicting attitudes about life. Sometimes you sit and wait for life to come to you, but you sure do like to talk about it a lot. Stop dreaming and start doing, you slacker!


 
Mudando de assunto...



 
Durante o almoço, perto de mim, duas senhoras falavam sobre a eleição. Uma delas soltou algo como:
-Que bom que o Alckmin foi reeleito, não é mesmo? Um homem tão educado, tão fino...
A seguir, comentários escrotos sobre o fato de José Genoino ser nordestino.
Que nojo.


 
Quem diria, eu já apertei a mão do presidente. Foi há muito tempo atrás, quando eu era jovem e, digamos, idealista. Estava em um evento com amigos e fomos apresentados a ele. Nos cumprimentou alegremente, apertou nossas mãos com firmeza, olhando nos olhos, e disse, enfático:
-Seus filhos da puta, vocês sabem a responsabilidade que vocês têm?
Imagino que ele se referia à nossa responsabilidade em relação ao país, pelo fato de sermos jovens, sei lá. Sei que ele foi espontâneo, direto, verdadeiro. Gente como nós, naquele bairro periférico horrendo, mas com esperança em uma vida diferente.
E eu, que já não tenho esperança em mais quase nada, ontem, tive que admitir: a esperança venceu o medo.
*
Piegas?
Quem se importa?
Eu não.




domingo, outubro 27, 2002
 
London Orbital, by Ian Sinclair.

"It is the disconnection between our apprehension of London and its actual topography that Sinclair writes about. (As Will Self puts it: Londoners don't live in London, they live in the tube map of London)".


 
Falando em "Crash"... desnecessário dizer qualquer coisa. Ballard resumiu tudo em uma entrevista à spikemagazine:

"Basically the message is 'So you think violence is sexy? OK, this is where you’re going.' "



 
A propósito...

"...sinto que o equilíbrio entre ficção e realidade mudou de maneira significativa nas últimas décadas. Mais e mais seus papéis vêm sendo invertidos. Vivemos num mundo dominado por ficções de todos os tipos - merchandising de massa, propaganda, política conduzida como um ramo da propaganda, a prevenção de reações inéditas por causa da tela da televisão. Vivemos dentro de uma imensa novela. É agora cada vez menos necessário que o escritor invente o conteúdo fictício de sua novela. A ficção já existe. A tarefa do escritor é inventar a realidade". J.G. Ballard, Introdução a Crash, 1995 - tradução de Pinheiro de Lemos.


 
Eugênio Bucci, como sempre, manda bem:

A propaganda eleitoral ficará

"Dizem que a publicidade despolitiza a política, o que é verdadeiro. Despolitiza a campanha eleitoral e também o ato de governar. A administração pública e o próprio poder deixam de pertencer ao campo da cidadania, em que predominam conceitos como o de legitimidade, e passam a pertencer ao campo do mercado, onde predominam conceitos como o de popularidade. Um presidente já não se mede pela legitimidade dos seus atos, mas pela popularidade de sua imagem, como um astro de rock ou uma marca de sabão. Política de mercado é isso aí. Aliás, marketing político significa exatamente isso, política de mercado.
A propaganda eleitoral vem substituir a ideologia. Vai ficar aí por uns tempos".


 
A História acontecendo.



sábado, outubro 26, 2002
 
Altíssima ansiedade.


 
Ian MacKaye about Straight Edge:

"It was about my personal decision to not drink or take drugs. I still don't. One of the biggest reasons why I didn't get with drugs is because I'm a huge Jimi Hendrix fan. Not only did that poor fellow curl up and die on drugs, but I kept meeting people who'd seen Hendrix. And I was always like, 'What was he like?' And, without fail, they'd said they couldn't remember 'cos they were too stoned. I decided that I didn't wanna forget the things I do in my life."



 
Odeio pop ups!
Realistic Internet Simulator
Achado em Cris Camargo ("Beware of people who dislike cats", yeah!!!), que, por sua vez, descobriu a URL ao ler a newsletter do excelente b3ta.com



sexta-feira, outubro 25, 2002
 
I Know It´s Over

Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
And as I climb into an empty bed
Oh well. Enough said.
I know it's over - still I cling
I don't know where else I can go
Oh ...
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
See, the sea wants to take me
The knife wants to slit me
Do you think you can help me ?
Sad veiled bride, please be happy
Handsome groom, give her room
Loud, loutish lover, treat her kindly
(Though she needs you
More than she loves you)
And I know it's over - still I cling
I don't know where else I can go
Over and over and over and over
Over and over, la ...
I know it's over
And it never really began
But in my heart it was so real
And you even spoke to me, and said :
"If you're so funny
Then why are you on your own tonight ?
And if you're so clever
Then why are you on your own tonight ?
If you're so very entertaining
Then why are you on your own tonight ?
If you're so very good-looking
Why do you sleep alone tonight ?
I know ...
'Cause tonight is just like any other night
That's why you're on your own tonight
With your triumphs and your charms
While they're in each other's arms..."
It's so easy to laugh
It's so easy to hate
It takes strength to be gentle and kind
Over, over, over, over
It's so easy to laugh
It's so easy to hate
It takes guts to be gentle and kind
Over, over
Love is Natural and Real
But not for you, my love
Not tonight, my love
Love is Natural and Real
But not for such as you and I, my love
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my ...
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can even feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my ...

Words by Morrissey


 
Cemetry Gates

A dreaded sunny day
So I meet you at the cemetry gates
Keats and Yeats are on your side
A dreaded sunny day
So I meet you at the cemetry gates
Keats and Yeats are on your side
While Wilde is on mine

So we go inside and we gravely read the stones
All those people, all those lives
Where are they now ?
With loves, and hates
And passions just like mine
They were born
And then they lived
And then they died
It seems so unfair
I want to cry

You say : "'Ere thrice the sun done salutation to the dawn"
And you claim these words as your own
But I've read well, and I've heard them said
A hundred times (maybe less, maybe more)
If you must write prose/poems
The words you use should be your own
Don't plagiarise or take "on loan"
'Cause there's always someone, somewhere
With a big nose, who knows
And who trips you up and laughs
When you fall
Who'll trip you up and laugh
When you fall

You say : "'Ere long done do does did"
Words which could only be your own
And then produce the text
From whence was ripped
(Some dizzy whore, 1804)

A dreaded sunny day
So let's go where we're happy
And I meet you at the cemetry gates
Oh, Keats and Yeats are on your side
A dreaded sunny day
So let's go where we're wanted
And I meet you at the cemetry gates
Keats and Yeats are on your side
But you lose
'Cause weird lover Wilde is on mine

Words by Morrissey



 
Mais tarde ouvimos esta canção e “I Know It´s Over”.
Fazia tempo que não ouvia ambas.
“The Queen is Dead” é um dos melhores discos já lançados e “I Know It´s Over” é, sem a menor dúvida, uma das mais lindas canções já escritas. Impossível destacar um trecho em particular.
O disco também tem “There is a Light That Never Goes Out”, outra das mais belas canções já criadas. Aliás, anos atrás, a revista Spin perguntou a Thom Yorke:
"What Lyrics Do You Wish You Had Written"?.
Yorke: "If a double-decker bus crashes into us, to die by your side is such a heavenly way to die/ And if a ten-ton truck kills the both of us, to die by your side, well, the pleasure, the privilege is mine".


 
Ontem, no bar, olhando as fotos na parede, feitas pelo menos 30 (40?) anos atrás, naquele mesmo lugar, me senti ... triste (?) ao pensar que algumas (várias? todas?) das pessoas que apareciam nelas já não estão mais neste mundo. Expressões felizes nos rostos de fantasmas tomando cerveja. Claro que também pensei se, dentro de algumas décadas minha imagem não estará sendo vista naquela mesma parede por alguém que terá o mesmo tipo de sentimento. Ou não. E como tudo é motivo pra lembrar de letra de música... inevitável pensar em “Cemetry Gates” (The Smiths): “A dreaded sunny day/ So I meet you at the cemetry gates /Keats and Yeats are on your side/ While Wilde is on mine/So we go inside and we gravely read the stones/ All those people, all those lives/ Where are they now ? / With loves, and hates / And passions just like mine/ They were born And then they lived And then they died/ It seems so unfair/ I want to cry "




 
Repórter do SP TV (Rede Globo):
-Os resultados do segundo turno deverão ser conhecidos (...) no máximo, nas primeiras horas da segunda-feira. Mas, antes de saber os resultados, os eleitores terão que votar.
Não me diga!!! Estou transtornado com essa revelação!!!


 
Faltam 2 dias.


quinta-feira, outubro 24, 2002
 
Shadowplay

To the centre of the city where all roads meet, waiting for you
To the depths of the ocean where all hopes sank, searching for you
I was moving through the silence without motion, waiting for you
In a room with a window in the corner I found truth

In the shadowplay, acting out your own death, knowing no more
As the assassins all grouped in four lines, dancing on the floor
And with cold steel, odour on their bodies made a move to connect
But I could only stare in disbelief as the crowds all left

I did everything, everything I wanted to
I let them use you for their own ends
To the centre of the city in the night, waiting for you
To the centre of the city in the night, waiting for you.

Words by Joy Division


 
Tempos atrás, pensando em minhas dificuldades financeiras, na minha falta de vontade de voltar pra casa e na carga de trabalho, fiz uma proposta para minha chefe: eu poderia morar aqui, na sala do diretor 1. Ficaria trabalhando até um certo horário e depois utilizaria a internet, veria filmes na Sky, tomaria cerveja. O problema seria a higiene pessoal. Mas eu poderia tomar banho cada dia na casa de um de meus colegas de trabalho. Ela riu de mim, não entendi porque.


 
Acabo de ver os videos de "Shadowplay" e "Atmosphere". Que maravilha. Nessas horas penso que, OK, life sentence até que tem suas comodidades, ainda mais considerando que meu computador está morrendo e por isso não tenho conseguido acessar a internet em casa. E lembro de meu amigo DJ Zaratruta, que vinha ao trabalho apenas pra usar a internet, fazer seus contatos com o EZLN, fazer download de milhares de músicas, preparar panfletos e zines pra distribuir antes de shows e etc....


 
"There's something wrong with that boy..." noted William Burroughs when, in 1993, Kurt Cobain dropped in to pay his respects in Lawrence, Kansas. 'He frowns for no good reason.' "
From "Rock's last great star".



 
Lula acaba de citar uma letra dos Titãs no horário eleitoral. Por todos os deuses!


 
Quem sabe eu volte pra casa domingo. Ou segunda-feira.


 
Faltam 3 dias.


quarta-feira, outubro 23, 2002

 
Para Viviane

London

I wander through these chartered streets
near where the chartered Thames does flow
and mark in every face I meet
marks of weakness, marks of woe

in every cry of every man
in every infant's cry of fear
in every voice, in every ban
the mind-forged manacles I hear

how the chimney-sweeper's cry
every blackening church appals
and the hapless soldier's sigh
runs in blood down palace walls

but most, through midnight streets I hear
how the youthful harlot's curse
blasts the new-born infant's tear
and blights with plagues the marriage hearse.

I wander through each chartered street
near where the chartered Thames does flow
and mark in every face I meet
marks of weakness, marks of woe


Words written by William Blake [1757 - 1827]
Listen to the song by Sparklehorse