o trabalho liberta |
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verba volant, scripta manent tempus fugit 2008 01 2007 12 11 10 09 08 07 06 05 04 03 02 01 2006 12 11 10 09 08 07 06 05 04 03 02 01 2005 12 11 10 09 08 07 06 05 04 03 02 01 2004 12 11 10 09 08 07 06 05 04 03 02 01 2003 12 11 10 09 08 07 06 05 04 03 02 01 2002 12 11 10 09 Check me out! audioscrobbler my del.icio.us |
sábado, abril 29, 2006
[spook dawn] unfinished sympathy massive attack [with shara nelson] i know that i've been mad in love before and how it could be with you really hurt me baby, really cut me baby how can you have a day without a night you're the book that I have opened and now i've got to know much more the curiousness of your potential kiss has got my mind and body aching really hurt me baby, really cut me baby how can you have a day without a night you're the book that I have opened and now I've got to know much more like a soul without a mind in a body without a heart i'm missing every part [ex-estranho] [paulo leminski] acordei e me olhei no espelho ainda a tempo de ver meu sonho virar pesadelo quinta-feira, abril 27, 2006
nesta data, em 1896, nascia wallace carothers , o químico americano que desenvolveu o nylon. carothers, que sofria de distúrbio bipolar, se casou com helen sweetman, sua colega na dupont, onde trabalhava, em 1936. um ano depois, cometeu suicídio, deixando a mulher grávida de dois meses - algo que ele não sabia. about i'm worse at what i do best and for this gift i feel blessed ... i found it hard, it was hard to find oh well, whatever, nevermind [words by kurdt. pic by dear mama] caro diário : noite errada o gorducho, no balcão do boteco, ao meu lado, pede: um cheese-egg-bacon. faz questão de traduzir para o balconista com cara de nordestino [antipático que só uma porra]: queijo, ovos, bacon. nada de salada. acrescenta: pode caprichar no queijo! enquanto isso, na mesa ao lado, a hippie saltitante conversa com o cara sebento, de óculos de aro grosso e dreadlocks, que lê para ela poesias do "livro sobre nada", de manoel de barros. ela se levanta para ver o replay de um lance do jogo do corinthians contra o river plate, e outro dos balconistas exclama: óia que princesa! então o gorducho apalermado grita para o balconista antipático que só uma porra: maionese! ao receber a dádiva, o gorducho passa a bater no balcão uma coisa que parece um tubo de cola, e lambuza seu sanduíche, obstinadamente, com aquela gosma abençoada. quarta-feira, abril 26, 2006
... a série o homem mais solitário do mundo - que gosta de ser o homem mais solitário do mundo, que o allan sieber tem publicado na folha aos domingos está sensacional. esta aí de cima é de domingo passado. caro diário : razões para odiar a humanidade hoje, como de costume, antes de seguir para o mezanino, fui à casa do pão de queijo na rua aurora, para o prosaico ritual de tomar café lendo o jornal. deixei o jornal e uma garrafa de água cheia no meu canto favorito do balcão, perto da rua, e me desloquei alguns centímetros para pegar um banco. foram alguns segundos. mas foi o bastante para que um cretino, de barba, terno e gravata, chegasse, ocupasse o lugar no balcão, e pegasse o jornal. tomei o jornal de volta, claro. ele não pediu desculpas, não me disse nada. mas disse para a pessoa que o acompanhava: pensei que tivesse sido uma pessoa européia que costuma deixar o jornal nos lugares para que outras pessoas leiam. por todos os deuses, por que deixei o machado em casa? segunda-feira, abril 24, 2006
google´s quote of the day the man of knowledge must be able not only to love his enemies but also to hate his friends. friedrich nietzsche quinta-feira, abril 20, 2006
life is a pigsty morrissey it’s the same old s.o.s. but with brand new broken fortunes and once again i turn to you once again i do i turn to you it’s the same old s.o.s. but with brand new broken fortunes i’m the same underneath but this you, you surely knew life is a pigsty life is a pigsty life is a pigsty life is a pigsty life, life is a pigsty life, life is a pigsty life, life is a pigsty life is a pigsty and if you don’t know this then what do you know? every second of my life i only live for you and you can shoot me and you can throw me off a train i still maintain i still maintain life, life is a pigsty life is a pigsty and i’d been shifting gears all along my life but i’m still the same underneath this you surely knew i can’t reach you i can’t reach you i can’t reach you anymore can you please stop time? can you stop the pain? i feel too cold and now i feel too warm again can you stop this pain? can you stop this pain? even now in the final hour of my life i’m falling in love again again even now in the final hour of my life i’m falling in love again again again again i’m falling in love again again again again quarta-feira, abril 19, 2006
não sei quanto às outras pessoas, mas quando me abaixo para colocar os sapatos de manhã, penso, deus todo-poderoso, o que mais agora? a vida me fode, não nos damos bem. tenho que comê-la pelas beiradas, não tudo de uma vez só. é como engolir baldes de merda. não me surpreende que os hospícios e as cadeias estejam cheios e que as ruas estejam cheias. gosto de olhar os meus gatos, eles me acalmam, eles me fazem sentir bem. mas não me coloque em uma sala cheia de humanos. nunca faça isso comigo. especialmente numa festa. não faça isso. charles bukowski 13.09.1991, 17h28 em o capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio ilustração de robert crumb tradução de bettina gertum becker note to self : departure de quantos "sinais" preciso ainda pra tomar vergonha na cara e simplesmente ir embora? pessoas vão embora, não vão? segunda-feira, abril 17, 2006
livros : canções escrevo livros porque não posso escrever música e não é tão importante sobre o que é o livro, mas os tons e as notas que os personagens e as situações me permitem atingir. acho que esses personagens me permitem fazer o tipo de música em que estou interessado. é verdade que eles tendem a ser um pouco perdidos e solitários mas também eles abrem espaço para o humor. ... acho que há algumas coisas em "alta fidelidade", o tipo de indecisão e a falta de direção de algumas pessoas modernas em determinada idade. não tenho certeza de já ter lido muita coisa que falasse sobre esse tipo de personagem porque eles tendem a ser negligenciados em ficção. eles são bastante comuns, não são muito heróicos. há a passividade, o fato de não ser capaz de assumir o controle de sua própria vida. e eu suponho que, tradicionalmente, em ficção você tem de ter pessoas que consigam ter controle de suas vidas para poderem fazer as coisas acontecerem na história. minha impressão é que muitas pessoas não conseguiam acreditar que alguém havia escrito um livro sobre alguém como elas. ... nick hornby, aniversariante folha de s. paulo: 26.03.2005 quarta-feira, abril 12, 2006
packt like sardines in a crushd tin box [aka po pad] radiohead after years of waiting nothing came as your life flashed before your eyes, you realize i'm a reasonable man, get off, get off my case, get off my case i'm a reasonable man, get off my case, get off my case, get off my case after years of waiting after years of waiting nothing came and you realize you're looking in, looking in the wrong place i'm a reasonable man, get off my case, get off my case, get off my case i'm a reasonable man, get off my case, get off my case, get off my case i'm a reasonable man, get off my case, get off my case, get off my case get off my case after years of waiting i'm a reasonable man, get off my case, get off my case, get off my case i'm a reasonable man, get off my case, get off my case, get off my case i'm a reasonable man, get off my case, get off my case, get off my case i'm a reasonable man, get off my case, get off my case, get off my case pearly radiohead how do you get your teeth so pearly? children, dishes white-washed faces she runs from her the third world crying yellow (feel it closing in) milkshakes from hard rock cafes (make it go away) that's where (i feel it closing in) she got her sweet tooth (make it go away) for white boys she runs from the third world, pearly hurts me darling hurts me darling hurts me darling hurts me caro diário : nódoas hoje, vindo para o mezanino, já mais atrasado do que de costume, ao passar em frente à uma obra, enquanto caminhava lendo o jornal que tinha acabado de comprar na banca do seu dito, um monte de cimento caiu em cima de mim. isso mesmo : cimento. olhei pra cima, um assustado homem me pediu desculpas, "não vi que você estava passando", blablabla. ainda tive o desplante de dizer "tudo bem", ao invés de dizer que sentia vontade de matá-lo com um machado. pensei em seguir em direção ao metrô daquele jeito mesmo, pensei no poema do manuel bandeira: sai um sujeito de casa com a roupa de brim branco muito bem engomada, e na primeira esquina passa um caminhão, salpica-lhe o paletó ou a calça de uma nódoa de lama: é a vida. mas, enfim, eu não estava com roupa de brim branco, muito menos engomada, nem era lama. era cimento. malditas coincidências. anyway. voltei pra casa pra trocar de roupa. é a vida. terça-feira, abril 11, 2006
palavra do dia : inconsequente sou um ano mais velho do que o seu correspondente e sinto-me jovem pelas razões exatamente opostas às dele. tenho trinta e oito anos e sinto-me mais novo cada ano, porque todos os anos estou mais próximo de nunca ter realizado coisa alguma na vida. a realização envelhece-nos. tudo tem o seu preço; o preço da realização é a perda da juventude. só a falta de objetivos e um modo de vida inconsequente - se a palavra "modo" pode ser aplicada a uma tal ausência de rumo - nos mantêm jovens. não me casei e por isso mantive-me livre tanto dos prazeres especiais como dos cuidados próprios dessa espécie de parceira; e o bem e o mal desse estado são igualmente envelhecedores. nunca assentei numa profissão ou num rumo de vida, nem sequer uma opinião que durasse mais do que o minuto passageiro em que foi defendida. nunca tive uma ambição que um belo dia (e lisboa tem sobretudo dias belos, em todas as estações) ou um vento leve não dissipassem e reduzissem a um sonho agradável e acidental. nunca fiz um esforço real atrás de coisa alguma, nem apliquei fortemente a minha atenção exceto a coisas fúteis, desnecessárias e ficcionais. sinto-me jovem porque tenho vivido dessa maneira. fernando pessoa, em esboço de carta (1926), no livro escritos autobiográficos, automáticos e de reflexão pessoal, editado por richard zenith. domingo, abril 09, 2006
jesus, segundo a desciclopédia: [com imagem de allan sieber] "um hippie sujo da esquerda festiva." ~ diogo mainardi, sobre jesus jesus emanuel cristo de nazaré (0 - 33) foi um jovem judeu que viveu na palestina. acreditando ser o filho de deus, acabou sendo martelado num pedaço de madeira depois de dizer que seria bom se as pessoas fossem legais umas com as outras pra variar. [vi o link pro texto sobre o hippie palestino no surra] sexta-feira, abril 07, 2006
[one of the best love songs ever] [death on the stairs] [libertines] from way far across the sea came an eritrean maiden she had a one track mind and eyes for me half blinded in the war with a pale young anglican who said he'd help her all he can showed her jesus and his little un-holy friend she had no mind to please him just say 'ta-ra' and leave him behind there's a little boy in a stairwell who says "i hate people like you" got matches & cable tv half of less than 50p we all clambered over the balcony banging on the window waking steve bringing with a true love his un-holy friend if you really need it you just won't leave it behind so baby please kill me oh baby don't kill me but don't bring that ghost round to my door i don't wanna see him anymore please kill me oh baby don't kill me but don't bang on about yesterday i wouldn't know about that anyway monkey asked the mouse before if she loved anybody more than he it turns you into stone now i'm reversing down the lonely street to a cheap hotel when i can meet the past and pay it off and keep it sweet it's sweet like nothing no it's just like nothing at all yes i've seen you there how could i help but stare it rips the heart out off your baby now i've taken far too much to see or think or touch what's real i'm stranded on this street that paved my only way home you really need it oh you just won't leave it behind so baby please kill me oh baby don't kill me but don't bring that ghost round to my door i don't wanna see him anymore please kill me oh baby don't kill me but don't bang on about yesterday i wouldn't know about that anyway oh no he got nothing he got nothing at all ... pic by andrew kendall ... bold by the waster quinta-feira, abril 06, 2006
quarta-feira, abril 05, 2006
[e os gatos?] uma notória incapacidade de expressar emoções torna os seres humanos os únicos animais capazes de cometer suicídio. um cão zangado não comete suicídio, morde a pessoa ou coisa que o fez ficar zangado, mas um humano zangado fica de mau humor em seu quarto e depois dá um tiro na cabeça, deixando um bilhete silencioso. alain de botton : ensaios de amor tradução : fábio fernandes |